terça-feira, 30 de novembro de 2010

Disse que me disse: Museus – arte também por fora

O recém-inaugurado MAXXI – Museu Nacional das Artes do século 21, em Roma, é um projeto de Zaha Hadid, arquiteta iraquiana identificada com a corrente desconstrutivista da arquitetura. Segundo a crítica internacional, a escolha de uma obra tão cara e de difícil execução certamente se baseou no desejo de rejuvenescer a cidade. Entretanto, é aos romanos da antiguidade que deve-se a invenção do "betão", conhecido no Brasil como concreto protendido, revolucionaram a arquitetura do mundo antigo. Primeiramente descobriram que, juntando à mistura a areia vulcânica do Vesúvio, o betão ficava tão duro e aguentava todo o tipo de esforço e condições. Com o "betão" a arquitetura deixou de ser um jogo formal para se tornar o uso da modelação do espaço. As formas sinuosas e arrojadas do edifício são possíveis apenas devido à utilização do mesmo material.
 
O edifício possui quilômetros de galerias e suas formas de concreto parecem se contorcer umas sobre as outras. O novo museu ocupa um terreno onde ficavam alojamentos militares, a cerca de 20 minutos do centro histórico. De acordo com a arquiteta, a idéia foi manter o contexto urbano dos alojamentos, compondo um edifício baixo que contrasta com os edifícios residenciais mais altos do entorno, construídos no início do século 20. O projeto proporcionou permeabilidades ao edifício, que tem vários acessos e transparências. Até uma passagem fechada por cerca de 100 anos pôde ser reaberta graças às linhas da construção, que se adaptam ao lote. Assim, com seu formato em L, o prédio cumpre outra função planejada pelos arquitetos: se torna um articulador urbano.

Internamente a obra se mostra mais complexa. Planejado para abrigar um centro de artes e um de arquitetura, o museu é formado por dois edifícios que se cruzam, não há espaços compartimentados, a circulação é contínua . A arquiteta aponta a necessidade de a arquitetura desafiar a "neutralidade" dos museus e de dar continuidade a "sua relação crítica com a sociedade e a estética". Com isso ela impõe um grande desafio aos curadores, que terão de trabalhar com a flexibilidade de divisórias suspensas do forro, propostas por Hadid, e a ausência de paredes convencionais onde perdurar suas telas. A arquiteta argumenta que seu projeto permite alterar dimensões e a geometria dos espaços de acordo com as necessidades. Segundo sua autora, o objetivo é também oferecer um dado contemporâneo às camadas históricas sobre as quais Roma está associada.

Outro museu recentemente criado para valorizar as exposições de arte, é a obra do arquiteto israelense Ron Arad, o trabalho representa a primeira grande obra de Arad, reconhecido por objetos na área de design.
Museu Holon
Propondo um diálogo entre o edifício e seus visitantes, o edifício é envolvido por enormes tiras de aço, com curvas atraentes, tratadas com um acelerador de corrasão química para definir diferentes tonalidades no aço provindas do processo químico. Com 3.700 m² de área construída, na realidade, o prédio distribui-se em dois, a obra não foi pensada para abrigar uma coleção no sentido clássico. Em seu programa, além de 750 m² de galerias, estão incluídos um laboratório de design e uma coleção de arquivos.

“Procurei criar uma hierarquia de espaços ao ar livre, mas é importante destacar que as enormes faixas que se projetam para o céu não são só bonitas, elas são estrutura", diz Arad. Assim como a obra de Zaha Hadid, o enfoque não serão exatamente as obras apresentadas, nem ao menos sua apresentação pré-disposta que poderá variar, de acordo com as possibilidades de layout, que as construções apresentam. Nelas, os próprios museus se transformam em arte.
fontes:
http://www.fondazionemaxxi.it/

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