domingo, 21 de novembro de 2010

MAO - MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS

 
No sábado dia 20/11 eu a Josi visitamos três lugares fundamentais do ponto de vista artístico, para o Centro de Belo Horizonte, nas três postagens que seguem falarei sobre eles.

O MAO, Museu de Artes e Ofícios, localizado na Estação Central de Belo Horizonte, na Praça Rui Barbosa ou como é mais conhecida Praça da Estação por estar em frente ao Prédio da Antiga Estação da Estrada de Ferro central do Brasil, que hoje abriga o Museu. O acervo foi criado a partir da coleção, de mais de duas mil peças originais dos séculos XVIII ao XX, doada pela colecionadora e empreendedora cultural Angela Gutierrez. Nele estão representados os mais variados ofícios do homem brasileiro, através de ferramentas, utensílios, máquinas e equipamentos. O museu conta também com equipamentos multimídia que fornecem dados específicos sobre os objetos e com o auxílio de imagens facilitam o entendimento e torna mais agradável a visita.


O projeto do museógrafo Pierre Catel integra os dois prédios principais, A e B, através de um túnel e transforma as áreas externas próximas às plataformas de embarque e desembarque do Metrô em galerias expositivas, criando uma surpreendente estação – museu.
A área total é de 9.000 m² e abrange espaço para exposições temporárias, jardim-museu, área de convivência, café e loja.


Iniciamos a visita pelos ofícios ambulantes, vimos os objetos que os ambulantes e mascates utilizavam, em sua maioria, escravos de ganho e negros alforriados. Conhecemos objetos de barbeiros que faziam desde cortes de cabelo, a aplicação de ventosas. Há roupas de mascates muito bem conservadas, além dos baus que guardavam os tecidos à venda.
É impressionante a diversidade de objetos, na parte destinada aos viajantes, do período de exploração dos garimpos, há armamentos, facas, roupas de viajem, mapas das cidades mineiras exploradas e até um jogo que nos permite viajar pelo interior mineiro, conhecendo o percurso de extração do ouro e das pedras preciosas.
Logo após, percorremos a galeria abaixo da estação do metrô e fomos ao prédio B, começamos por visitar os objetos de engenho, especificamente para a fabricação da cana-de-açúcar e da cachaça, o que me fez lembrar a infância no interior, onde havia muitas fazendas com moinhos de cana e milho muito parecidos com os expostos. Dali fomos ao jardim da energia, anexo da exposição na parte externa do museu de onde é possível ver a Rua Sapucaí logo no comecinho do bairro Floresta, o jardim é belíssimo possibilita integração com a estação e com a rua propriamente dita, fazendo assim uma fusão de passado e presente, onde as engenhosas rodas d'água e moinhos enormes, se contrastam com a bela estrutura, de forma ondulada nas cores branco e vermelho, feita para protegê-los do tempo. Não nessa ordem, revivi a produção da rapadura, velha conhecida da minha cidadezinha natal.



Em frente, o ofício do couro e consequentemente a produção de sapatos e chapéus, é relevante como o detalhamento dos moldes era caprichados, inúmeros modelos de pés e cabeças, em madeira, caracterizavam uma produção caprichosa e artesanal, que contrata com a produção de hoje, que em série, atende às urgências do mundo moderno pela mecanização e protótipos feitos na maioria por maquinas, que a meu ver despensa o dote artístico utilizado em cada uma das peças, no período colonial.
No ofício do comércio, fiquei encantada com a Botica (farmácia e manipulação) a grande prateleira de madeira com frascos antigos é para mim o objeto mais rico, no sentido histórico e bonito do museu. Ao lado, fica a venda, conhecida de todos, com as linguiças, queijos, ovos, fumos de rolo e as velhas xicrinhas e pratos de alumínio tingidos com aqueles pedacinhos já descascados na lateral e no fundo, que têm em toda casa de Vó que se prese.
Em suma, e não menos importantes, visitamos os oficios da madeira, da cerâmica, onde a produção de telhas era feita por unidade com grandes formas de barro, os ofícios da tecelagem e outros objetos de mineração.

    





Voltamos ao prédio A, para ver um pedacinho da exposição, que não havíamos visto, e nos deparamos com grandes canoas e carrancas, descobrimos que a produção das carrancas era destinada a ornamentação dos barcos, acreditava-se que os objetos protegiam os pescadores e viajantes dos monstros aquáticos e outros males. Eu, leiga na cultura de nosso país, acreditava que as carrancas tinham fundo de representação folclórica, teatral e até de ritual religioso. Muito, muito, bacana... as carrancas quem diria são para proteção. Sinceramente acredito que a fé nesse s amuletos de proteção é um patrimônio da nossa cultura e deve ser mantida e relembrada para que as futuras gerações os conheçam, ficar no museu é importante, mas que tal transcender as ruas de nossa cidade.

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